Apenas 500 Guardas Florestais até 2023
Nós precisamos da Floresta
e
Ela precisa de Mais Guardas Florestais.
“Há quem passe pelo bosque e apenas veja lenha para a fogueira.” (Leon Tolstoi ) |
“O relatório “Um Planeta em Chamas”, …”lançado em Portugal pela ANP/WWF (Associação Natureza Portugal/Fundo Mundial para a Natureza)”... destaca que, a nível global, a problemática dos grandes incêndios, que está “intrinsecamente ligada com as alterações climáticas” e evidência o desequilíbrio existente entre medidas de prevenção e de atuação, e como estas “sistematicamente se revelam insuficientes para resolver este problema ambiental”. “2019 fica marcado na história do planeta como o ano dos incêndios, e se as causas diferem de país para país, as condições perfeitas para este tipo de fenômeno são consequência de uma crise comum: as alterações climáticas. Os últimos 20 anos foram os mais quentes de que há registo, e se esta tendência se mantiver, os incêndios também se manterão”, concluiu o relatório, que faz ainda uma relação entre os fogos e a pandemia de covid-19. "A pandemia covid-19 tem uma clara relação com a desflorestação e a perda de biodiversidade. Os incêndios, como principal ferramenta para a destruição de florestas, podem ser a receita perfeita para a propagação de agentes patogênicos. A proteção das florestas em todo o mundo é a vacina mais eficaz e sustentável”…". Sabia Que as zonas arborizadas constituem cerca de 59 do território nacional? E que todos anos cerca de 3 % desse território é destruído pelos fogos, devido à migração da população para zonas mais periféricas, abandono das pequenas explorações agrícolas e políticas de controlo e vigilância florestal deficientes? A este propósito recordo, certa vez em Sever do Vouga enquanto caminhava em busca do local conhecido por Forno dos Moiros, cruzar com um pastor que nos avisou que o caminho estava repleto de silvas, porque antigamente as pessoas tinhas as cabras que acabavam por limpar os terrenos, mas na sua forma tão tradicional acabou por nos dizer que agora que as cabras acabaram os terrenos andam a monte. Pois é todos sabemos que a floresta está em perigo, e sem floresta a vida jamais será tão bela. Vamos então conhecer a floresta melhor e algumas das coisas que ela tem para nos oferecer e tentar perceber o que podemos fazer por uma entidade que faz tanto por nós! Nunca como hoje em que por exemplo o interior sofre um abandono progressivo existiu a necessidade de guardas florestais, contudo de 1986 até 2021 o nº de guardas diminuiu de 1477 para 410 cerca de 360% É preciso agir! A floresta Portuguesa é característica das florestas de clima mediterrânico, e possui espécies arbóreas como o Castanheiro, Carvalho-Alvarinho, Azinheira, sobreiro, Medronheiro e Oliveira, contudo a floresta autóctone foi grandemente suplantada pelo cultivo em grande escala de Eucalipto branco, Pinheiro Bravo e outras espécies. Atualmente a Floresta portuguesa é constituída por: 29% de Pinheiro Bravo; 27% de Eucalipto; 18% de Sobreiro; 6% de Azinheiras; 6% de outros Carvalhos; 6% de Pinheiro Manso e 8% de outras espécies. Floresta com características primitivas e autóctones em Portugal restam poucas e são as de maior importância a:
Mata de Albergaria
Mata da Margaça
Mata do Solitário “No Parque Natural da Arrábida, onde o calcário não permite a existência de cursos de água permanente, esta mata situa-se próximo do Portinho da Arrábida. Este bosque é representativo da paisagem marcadamente mediterrânica, com a particularidade de muitas das espécies que a compõem serem arbustos que aqui atingem porte arbóreo, tal como os carrascos, os medronheiros e os adernos. “
Florestas de Laurissilva nos Açores e Madeira
“Perante este salto abismal na transformação do território, é essencial pensar e cuidar as florestas que ainda nos rodeiam e as que nos deviam rodear. As florestas, para além do seu valor intrínseco e só por isso “merecedor” de respeito e atenção, apresentam um variadíssimo leque de valências com importância e implicação decisiva nas nossas vidas e nas dos que nos seguirem. É às florestas que devemos agradecer o ar que respiramos. São elemento chave no ciclo hidrológico, contribuindo para a humidade e precipitação, em consequência da sua transpiração, além de promoverem a infiltração de água nos solos e consequente recarga dos aquíferos. Contribuem ainda de forma imprescindível para a retenção do solo, um recurso que pode ser considerado não renovável, tal a lentidão do seu processo de regeneração. São por fim o habitat de um sem número de seres vivos, sendo reservas insubstituíveis de biodiversidade. Para o ser humano são um manancial de recursos: madeira e lenha (material de construção, fabrico de papel e corda), alimento (de raízes, folhas e frutos, de cogumelos e animais), dispensário de medicamentos, conhecidos (e potenciais) e claro local de lazer e fascínio.” (in: https://www.jornalmapa.pt/2015/07/01/a-floresta-que-nos-resta/) A Floresta em Perigo.
Como observamos uma floresta saudável é necessária para a existência e manutenção de várias espécies de seres vivos no planeta, espécies essas a que nós pertencemos, e essa preocupação não é apenas dos nossos dias , O primeiro decreto nesse sentido foi assinado a 24 de Dezembro 1901, segundo o Quadro Sistemático do Regulamento para a Execução do Regime Florestal, que aprovou a criação formal de um corpo de guardas-florestais e, por conseguinte, a organização dos serviços agrícolas e dos quadros do pessoal técnico dos mesmos serviços. Neste quadro é publicada a lei n.º 1971, de 15 de junho de 1938 - "Lei do povoamento florestal" - que sujeitou especificamente determinados baldios ao regime florestal. O mapa n.º 7 anexo ao diploma, estabelecendo o "Plano de arborização por quinquénios - 1939 a 1968", dos baldios a norte do Tejo (serras), previa a construção de um total de 940 casas de guarda nos quatro primeiros intervalos de cinco anos, de 140 casas de vigia e ainda a admissão de 877 guardas, pertencentes ao pessoal técnico dos quadros em que estão também incluídos 28 administradores e 120 mestres.” De 1987 a 2006 as Florestas Portuguesas eram patrulhadas por cerca de 1477 Guardas Florestais, até à assinatura do Decreto de Lei nº 22/2006 no Governo de José Sócrates onde António Costa era então Ministro da Administração Interna. O Decreto de Lei 22/2006 "consagra, no âmbito da Guarda Nacional Republicana (GNR), o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) e cria o Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS), transferindo para aquela força de segurança o pessoal do Corpo de Guardas Florestais da Direcção-Geral dos Recursos Florestais". É nos pontos 1 e 2 do artigo 5.º que encontramos determinada a extinção, "na Direção-Geral dos Recursos Florestais /DGRF)", do Corpo Nacional da Guarda Florestal, tendo o pessoal da carreira de guardas-florestais da DGRF transitado "para o quadro de pessoal civil da GNR, com a categoria, antiguidade e índice remuneratório que atualmente possui", lê-se no documento”.. O MAI (Ministério da Administração Interna) explica que "o número de guardas e mestres florestais transferidos para a GNR foi de 453 elementos" e que a criação dos lugares de guarda-florestal na GNR, nesse mesmo decreto, ", esta extinção só foi invertida em 2018 por Eduardo Cabrita ao assinar o Decreto-Lei 114/2018, e “determinar a criação da carreira de guarda-florestal no quadro de pessoal civil da GNR, "o que permitiu aumentar, em 53%, o número de mestres e guardas-florestais entre 2019 e 2020 (de 284 para 434)", estima-se que até 2023 existam 500 guardas florestais. Portanto um nº ainda muito abaixo dos 1477 Guardas florestais de 1986. Todos nós cidadãos comuns podemos ter ações de cautela e cuidado para com a floresta e tendo em conta que 80% da floresta existente hoje em dia é privada, é da responsabilidade moral dos proprietários terem alguns cuidados, como a limpeza periódica, contudo como sabemos nem sempre é possível, seja porque a idade avançada não o permite, ou por motivos de emigração, ou outros de diversa ordem. E assim sendo a vigilância deve em última instância ser uma responsabilidade do Estado, a quem entregamos os nossos impostos para que assegure os meios e serviços necessários à atividade e manutenção de um país e população saudáveis. Contudo todos nós temos a responsabilidade ética de ter o cuidado de não deitar lixo para o chão, principalmente, vidros, plásticos, beatas e outros resíduos que possam ser altamente inflamáveis. Assina a petição para o aumento do nº de guardas florestais Clica no link em baixo! Fontes e Referências bibliográficas. https://parrozelos.blogs.sapo.pt/22129.html https://www.jornalmapa.pt/2015/07/01/a-floresta-que-nos-resta/ https://meioambiente.culturamix.com/natureza/floresta-portuguesa https://www.cm-sever.pt/pages/425 https://www.publico.pt/2020/08/12/infografia/retrato-floresta-portuguesa-512 https://recrutamento.gnr.pt/condacesso.aspx https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT110027
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